Sul de Floripa

Amor ao Sushi no Sul da Ilha

Montinhos de arroz, envoltos por alga, abraçando peixe cru, assim se desenrola a história de amor ao Sushi no Sul da Ilha.

A culinária japonesa chegou ao Brasil por meio dos imigrantes orientais, no início do século XX, quando estes vieram trabalhar nas lavouras do país. Imediatamente, os brasileiros estranharam a alimentação dessa cultura que contava, basicamente, com peixe cru, arroz e palitinhos (hashi) no lugar de talheres.

Para o Nobu Matsuhisa, chef internacional com restaurantes espalhados pelo mundo, o sushi é “uma arte em si” e, desde a sua criação, vem passando por muitas transformações culturais.

Entre os brasileiros, não faz muito tempo que a culinária oriental se tornou popular, e muitos afirmam que isso se deve à busca por uma alimentação mais saudável e menos calórica.

O amor pela arte da culinária japonesa e o talento, seja ele nato ou bastante lapidado, foram ingredientes que motivaram o nascimento de dois restaurantes que estão se destacando aqui no sul de Floripa.

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Sushi regado a amor, parceria e muita dedicação

O que poderia ser uma brincadeira acabou virando um restaurante para o casal Paolo e Lara, pois foi pela reação de amigos, num jantar de confraternização, que surgiu o pontapé inicial para que se qualificassem e apostassem num sonho em comum, a Sushizeria. Lara já tinha tido contato com a culinária oriental em 2005, na Nova Zelândia, quando dividiu moradia com japoneses e, segundo o marido e sócio Paolo, a aptidão da companheira já vinha de um talento nato.

Sushizeria
Lara e Paolo, da Sushizeria

 

Já o talento, para o sushiman Luiz Gonzaga, foi conquistado nos últimos onze anos de trabalho com a culinária japonesa. “Desisti da faculdade de engenharia para entrar no mundo gastronômico quando ainda era apenas um consumidor. De lá para cá, venho aperfeiçoando as técnicas e buscando novos conhecimentos”, conta. O proprietário do Oahu Sushi e Poke passou por quatro restaurantes bem conceituados em Florianópolis e diz que teve bons professores. Ao seu lado, a esposa Jéssica Cerilo se responsabiliza pelas vendas e mídias sociais do delivery.

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Luiz Gonzaga e o atum, da Oahu.

 

Ambos dizem trabalhar com o que amam e que isso é um dos segredos do sucesso. Paolo e Lara revelam que foi o carinho e o cuidado que tem pela Sushizeria que transformou os clientes em consumidores frequentes. E para Luiz Gonzaga o motivo principal foi o amor de estar na cozinha e poder ver a alegria de quem experimenta o que o Oahu produz.

Você sabia que para o sushi chegar nas suas mãos ele começou a ser pensado, planejado e executado no início do dia?

Backstage do Sushi

A preparação começa na parte da manhã, com a compra da matéria-prima, pois para se ter um sushi de qualidade é preciso que tudo esteja fresquinho. A Sushizeria, mesmo seguindo a linha tradicional, busca dar um toque especial no seus molhos artesanais. “Apenas recriamos os molhos já conhecidos com toques pessoais para melhor harmonização e sobre os produtos utilizados usamos legumes, verduras e camarão do mercado brasileiro”.

Para Luiz Gonzaga, do Oahu, o cliente brasileiro tem um paladar diversificado. Além de utilizar hortifruti orgânico faz, quando possível, produção própria de pimentas, Shissô (manjericão chinês), cebolinha, coentro e flores. “Praticamente todo peixe branco servido é do sul da ilha e são incríveis. Logo começa a temporada das tainhas, com certeza um dos melhores peixes para sushi”, afirma o sushiman.

Top 3 Popularidade do cardápio

Empatados em primeiro lugar na Sushizeria está o ‘Filadélfia’ e o ‘FilaFull’. O último é criação exclusiva, com crispy de alho poró e tarê artesanal.

Em segundo lugar está o ‘Hot’ e em terceiro outra criação exclusiva: ‘Bolinho de Salmão’.

No Oahu, a medalha de ouro vai para o ‘Nigiri Tataki’, feito a partir da barriga do salmão.

A prata vai para o combinado ‘Omakase’, um prato tão especial que deve ser pedido direto pelo Whataspp e em terceiro lugar está o ‘Poke, uma tigela/bowl com arroz legumes e frutas, com ou sem peixe cru, bem temperados, inspirado na culinária hawaina, com toque oriental.

É fácil aprender a fazer sushi em casa?

“O segredo é acertar o arroz e comprar peixe fresco”, segundo o sushiman do Oahu. Para ele, com isso você fará um excelente sushi em casa. Aliás, Paolo da Sushizeria diz que peixe fresco é obrigação para um bom sushi, e o arroz, além de precisar estar no ponto certo, precisa de um bom tempero. “Para fazer em casa é preciso estar atento no tempo do preparo de tudo, que exige calma e paciência para que tudo fique certo, sendo a parte mais difícil preparar efetivamente os rolos e cortar de forma harmônica”, diz.

O Oahu sugeriu acompanhar o instagram @sushicomafe. Ele dá excelentes dicas, tanto para fazer em casa quanto para conhecer o universo e a luta diária para garantir a qualidade de um sushi.

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Sushi brasileiro X Sushi japonês

As diferenças da culinária japonesa no Japão e no Brasil passam pelo equilíbrio entre sabores, métodos de tratamento dos pescados, variedade de peixes, aproveitamento da matéria prima e, inclusive, valorização e reconhecimento da profissão Sushiman. “Demora de 5 a 10 anos para ser considerado um sushiman no Japão, aqui em uma semana tem gente que age como o melhor”, conta o sushiman do Oahu, Luiz Gonzaga.

Segundo o casal Paolo e Lara, da Sushizeria, no Japão usa-se basicamente peixe, alga e arroz, enquanto que no Brasil, por influência americana, combinam-se ingredientes diversos, como: cream cheese, frituras, doces, doritos, entre outros.

Algumas curiosidades:

  •  O shoyu tem propriedades benéficas e uma delas e ação antioxidante
  •  O correto é não molhar o arroz no shoyo, somente o peixe
  • Japoneses se interessam pela textura e sabor do pescado e os brasileiros pelo tempero
  • O wasabi (raiz forte) é uma espécie de bactericida e ainda auxilia na digestão
  • Os sushis podem ser comidos com a mão, mas o sashimi somente com os hashis
  • A temperatura das mãos de quem faz o sushi interfere na qualidade

E aí, não deu vontade de pedir um sushi? Conheça a Oahu e a Sushizeria, faça um pedido e saiba que ele vai ser preparado por pessoas que amam o que fazem!

Farah Diba Albuquerque

Apaixonada por viagem e turismo, Farah Diba Albuquerque não é manezinha no DNA, mas mora em Floripa há quase 30 anos. Fez duas faculdades: Direito e Jornalismo. Mas assume que a vocação é ouvir histórias, entrevistar pessoas e escrever sobre o que vê e sente. Já morou em vários cantos do arquipélago da magia, mas foi só no Sul da Ilha que encontrou o que precisava para escrever seu primeiro livro. É nesse pacote *{natureza, história e espírito de comunidade}* que descobriu um dos presentes da terra. Jornalista do site Sul de Floripa.