Sul de Floripa

Trilha do Morro do Lampião, no Campeche

O Morro do Lampião é um mirante natural localizado no bairro Campeche, em Florianópolis.

No alto do Morro fica a Pedra do Urubu, local que oferece uma das vistas mais bonitas do Sul da Ilha, são 360º graus de um visual de tirar o fôlego!

Lá de cima é possível ver a Lagoa da Conceição; as dunas da Joaquina, Lagoa Pequena, o litoral do Novo Campeche até a Av. Pequeno Príncipe; o centrinho do bairro; a maravilhosa Ilha do Campeche; a Praia do Morro das Pedras; a Praia da Armação e o Matadeiro; o Morro do Sertão do Ribeirão, a Tapera, o Aeroporto, o estádio da Ressacada, o bairro Carianos e o vasto verde do mangue da Reserva do Pirajubaé.

Sobre a Trilha do Morro do Lampião

O acesso ao início da trilha até a Pedra do Urubu é pela Rua Pau de Canela, quase na esquina com a Servidão Gente da Terra. O início é uma estrada de chão (Servidão Gansos do Mato Dentro) e depois de uns 100m tem espaço para estacionar alguns carros, mas bem poucos. A partir dali começa a “trilha”. Bom, na verdade não é exatamente uma trilha, é uma estrada antiga que dá acesso à antena que fica lá no alto do morro, e que foi ruindo com o tempo e se transformando em um caminho largo, pedregoso, irregular, repleto de ravinas e com uma terra vermelha que, aliás, fica lamacenta se estiver molhada e escorregadia se estiver muito seca.

A trilha tem cerca de 2 km de extensão, desnível de quase 200m e dura cerca 30 minutos, dependendo do seu ritmo. Não há dúvidas do caminho, é só seguir a estrada! Ao longo da subida vá observando a paisagem e você verá belas vistas que revelam novos ângulos do bairro do Campeche para ambos lados. A estrada é um “toca pra cima”! É um subidão mesmo. Se cansar pare, respire e continue, que lá cima o esforço vai compensar! 😉

Quando você chegar na antena, vai perceber que a estrada termina ali, mas a trilha não! Contorne a antena e verá que tem uma trilhazinha (agora é trilha mesmo!) que entra no mato. Esse é o caminho! Só mais alguns metros e você já chega em uma rocha, que é a primeira parte do mirante. Um ótimo local para sentar, relaxar e apreciar a vista da porção leste! A partir dali você notará que existe uma rocha ainda mais alta, essa é a Pedra do Urubu, cujo acesso é por meio de uma corda presa a uma árvore (que exige um pouco de habilidade e cuidado, mas vale a pena o esforço!). É lá em cima que a vista é ainda mais ampla! Sente, relaxe e aprecie sem moderação!

O passeio é bem tranquilo, fácil, rápido e que pode ser feito com a família! Crianças vão adorar a aventura e com certeza é uma boa oportunidade para ensinar sobre meio ambiente, preservação e história.

Aquelas dicas básicas:

  • Leve uma garrafinha de água. Por mais que seja curta (2km) a ladeira é grande!
  • Vá com um tênis firme e que possa sujar um pouco, porque o caminho é de terra vermelha.
  • Fique sempre atento a cobras. Não esqueça que você está em Florianópolis, esses morros são a casa delas!
  • Sugerimos levar boné ou outra cobertura para a cabeça. A trilha é no sol!
  • Leve máquina fotográfica ou celular! O visual é realmente lindo e vale o registro!
  • Não deixe lixo! Tudo o que você levar, traga de volta. E se você encontrar o lixo de outras pessoas, traga de volta também!
  • Não vá apenas para a foto, viva o momento. Sinta, respire, esteja presente e aprecie esse lindo cenário que temos o privilégio de desfrutar. 🙂

Sobre o Morro do Lampião

O nome Morro do Lampião deve-se ao fato de que os aviões que faziam a linha Paris-Buenos Aires tinham que fazer pouso obrigatório em Florianópolis, mais especificamente no Campeche e costumavam chegar à noite. Para fazer essa sinalização e orientar os aviadores, existiam os Lampioneiros, moradores do Campeche que subiam pela trilha para acender lampiões lá no alto da Pedra do Urubu. O fato acabou renomeando o Morro, que antigamente era chamado de Morro do Caboclo, ou Morro do Mato de Dentro.

Esses voos começaram a operar na década de 1920, e existem relatos de pousos de pilotos franceses até 1940. Alguns deles eram operados pela Compagnie Génerale Aéropostale (que depois se fundiu com outras empresas e virou a Air France). 

Aliás, o Morro do Lampião e a história do antigo campo de aviação do Campeche (área que fica ao norte da Av. Pequeno Príncipe) são tão interessantes que merecem, e em breve ganharão, uma matéria só sobre esse assunto. Aguardem!

Dica extra!
Se você curte histórias e se interessa pela evolução dos bairros do Sul da Ilha, não deixe de conhecer o livro “Campeche, um lugar no sul da ilha” de Hugo Adriano Daniel. E se você ficou curioso sobre os aviadores franceses que passavam por aqui, veja o livro “Os aviadores franceses, a América do Sul e o Campeche” de João Carlos Mosimann. Duas pérolas que fazem um excelente resgate histórico do local onde vivemos.