A safra da tainha, após duas semanas, começou muito bem para os pescadores da Ilha, com quase 20 mil já capturadas. O início foi em 1º de maio, na modalidade de arrasto de praia, que se estende até dezembro.
Nesta quarta-feira (15), começa o emalhe anilhado, com mais de cem embarcações, em todo o litoral catarinense, podendo capturar pouco mais de 400 toneladas. Eles atuam até 31 de julho ou até atingirem a cota.
Em 1º de junho começa a pesca industrial, também com o limite de 400 toneladas, e até 31 de julho ou até atingir a cota.
A tragédia climática do Rio Grande do Sul pode afetar a safra, afinal, a lagoa dos Patos, um dos principais berços da tainha que vem para o litoral catarinense, foi atingida. Até o momento, entretanto, os efeitos são desconhecidos.
Secretário de Pesca e Aquicultura de Santa Catarina, Tiago Frigo lembra que diversos fatores influenciam a chegada do peixe a Santa Catarina. Um deles é a captura na própria lagoa dos Patos.
“Nunca se capturou tanto lá nos últimos anos quanto em 2023. Esse pode ser um dos impactos. A questão das chuvas influencia porque os pescadores lá não pegaram nem camarão, nem tainha, mas ainda não sabemos se elas já subiram para Santa Catarina”, afirma Frigo.
A Mugio Liza, tainha que vem para Florianópolis, também sai do Uruguai e da Argentina, então, ainda não é possível dimensionar qual volume virá de cada baía, mas até o momento, o começo é promissor.
Frigo ressaltou que a Ilha já registra praticamente o dobro de tainhas, considerando o mesmo período de 2023. Além disso, os grandes lanços vieram somente em meados de junho no ano passado, após um ciclone extratropical.
“Com certeza haverá impacto das enchentes, mas a gente não sabe mensurar ainda o fluxo da tainha que faz esse percurso do Rio Grande, do Uruguai e da Argentina”, diz Frigo. O impacto será monitorado, porque vai refletir nas discussões com o Ministério da Pesca ano que vem.
Os dados na Ilha em 2024 são animadores. Ano passado, até 15 de maio, os pescadores da cidade tinham capturado 12 mil tainhas. Neste ano, o Tainhômetro da Prefeitura de Florianópolis registra 19.603.
O destaque é a praia do Pântano do Sul, que lidera o ranking com 9.803 capturas. A Lagoinha do Leste defende o título de 2023, com 61.189 capturas, mas este ano, registrou 552 e está em 7º lugar no ranking.
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