Sul de Floripa

Mais de 200 edificações no entorno da Lagoa da Conceição correm risco de demolição

Mais de 200 edificações no entorno da Lagoa da Conceição correm risco de demolição 1
Foto: Germano Rorato/ND

Moradores e donos de estabelecimentos comerciais no entorno da Lagoa da Conceição vivem um momento de preocupação. Uma ação do MPF (Ministério Público Federal) de 2003 pede a demolição de suas casas e negócios.

Em 2010, a Justiça condenou a Prefeitura de Florianópolis, ré no processo, a intimar os donos dos imóveis a “desfazer” as edificações que estão a 15 metros ou menos da lagoa e que seja assegurado o acesso a cada 125 metros. Inicialmente, cerca de 200 edificações seriam afetadas, mas a Justiça paralisou o processo para encontrar uma solução conjunta. Ao todo, existem cerca de 2.000 inscrições imobiliárias ao redor da lagoa, sendo 1.000 com edificações.

Clóvis Otávio Rosa, 52 anos, é o funcionário mais antigo do restaurante Cabral Parador 19, que existe há 34 anos na Costa da Lagoa. A terceira geração da família administra o estabelecimento que emprega 15 funcionários. Os moradores, que temem perder a própria casa, criaram um núcleo de assistência psicológica para atender, principalmente, aos mais velhos. “Aqui na Costa temos umas quatro pessoas em acompanhamento psicológico, gente que não consegue assimilar a ideia de parar a vida que sempre teve”, ressalta.

A Associação de Restaurantes da Costa contratou um estudo para avaliar o custo das eventuais demolições na Lagoa da Conceição, Barra da Lagoa e Costa da Lagoa. “Em cinco a 10 anos, é como se R$ 1 bilhão fossem saqueados da região”, diz Rosa. “Tirar parte ou a totalidade do comércio daqui é projetar a dizimação da nossa comunidade”, completa.

Edificações no entorno da Lagoa da Conceição correm risco de demolição (1) – Foto: Germano Rorato/ND

Savas Naelzo Laureano, 51 anos, trabalha há mais de três décadas no bar e restaurante Sabor da Costa. “Todos fomos surpreendidos. A nossa ocupação, na orla, ocorre há 200 anos. É triste ver nossos moradores, alguns com quadro de depressão, porque quando você está numa lista das moradias num contexto de demolição, a família toda fica apreensiva e triste”, ressalta.

A empresa de Laureano tem 13 funcionários durante o ano e, na alta temporada, quase 20. “Os restaurantes aqui mantêm a comunidade. Geram emprego para os moradores e para quem vem de fora. Morador ou empreendedor, aqui, todos estamos preocupados”, relata Savas que, além da empresa, corre o risco de ver a casa demolida. “Imagina, numa comunidade pacata como a nossa. Todo mundo está se perguntando o que fazer. Se a Justiça decretar não se discute, se cumpre. Estamos preocupados”, enfatiza.

Impasse jurídico é oportunidade de melhorar qualidade da água da Lagoa da Conceição

Advogada do Movimento Floripa Sustentável, Rode Anélia Martins disse que o impasse jurídico é uma oportunidade para que as pessoas comecem a pensar em como melhorar a água da lagoa, junto com o Poder Público, o MPF e o Judiciário. “Sem entrar no mérito de se é justo ou não, vislumbramos e gostaríamos de ver um grande acordo por adesão, em que as pessoas darão alguma contrapartida para o Poder Público e à sociedade, pela melhoria da qualidade da água”.

Atuante no caso, Rode explica que, no momento, o juiz da causa suspendeu as ações individuais, para que fossem pensadas soluções e parâmetros mais gerais. Ela acredita que será estabelecido um conjunto de obrigações e deveres e que os réus podem aderir e se comprometer. “Essa solução me parece a mais inteligente, típica de situações como essa. Sem acordo, cada pessoa terá o direito de se defender até a última instância”, salienta.

Ainda conforme Rode, a decisão de demolição ainda pode ser discutida. “Inicialmente não era isso que o MPF pedia, nem o que o Judiciário havia decidido, mas, ao longo do processo, temos esse tipo de decisão, porque o direito ambiental não tem uma regra muito fácil de seguir. Causa ambiental você sabe como começa e não sabe como termina”, diz a advogada.

Prefeito pode receber multa de R$ 20 mil

O advogado Pedro Menezes Niebuhr atende um grupo de moradores. Explica que a prefeitura começou notificando os mais de 200 moradores por uma questão operacional apenas. Segundo ele, a rigor, a sentença da ação-mãe, confirmada em 2010, não fala expressamente em demolição, mas manda o município aplicar a legislação ambiental, urbanística, de proteção no entorno da lagoa, fazer levantamento de edificações irregulares dentro de terreno de marinha e em especial aquelas na faixa de 15 metros.

“Mas o MPF começou um procedimento de execução da sentença. Aí é que passou a se falar em demolição. A Justiça num primeiro momento negou, mas depois virou a chave pedindo a desocupação do que está dentro de 15 metros”, diz.

Segundo Niebuhr, o município entrou com essas ações depois que o prefeito foi intimado, sob pena de multa pessoal no valor de R$ 20 mil. “Os moradores foram intimados em março, porém, até onde tenho conhecimento, poucos foram notificados. O novo juiz que entrou deu uma segurada no processo e, de certa forma, suspenderam a tramitação para ver como fazer a execução da sentença. Tudo isso visando um acordo mais amplo no processo mãe”, explica o advogado. Agora, moradores, MPF e prefeitura aguardam que o juiz agende uma audiência de conciliação.

O que diz a prefeitura

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, disse que os processos judiciais relacionados a esses imóveis têm se prolongado no tempo e que a prefeitura tentará uma audiência com o juiz condutor do processo, com o procurador geral e o chefe do núcleo estratégico da Procuradoria-Geral do Município para discutir as ações e buscar uma conciliação.

Foto: Germano Rorato/ND

Fonte: NDMAIS

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