FILHO DE PEIXE, E TAMBÉM SURFISTA, Quando uma cultura pode mudar? • Sul de Floripa

FILHO DE PEIXE, E TAMBÉM SURFISTA, Quando uma cultura pode mudar? 1

A resposta é fácil, quando ela pode melhorar. Antes, nas areias da praia do Campeche, pescadores e surfistas não se misturavam. Pelo contrário, era cada um no seu quadrado, defendendo os seus interesses e, algumas vezes, se degladiando por espaço no mar. E foi nesse clima que o adolescente Diego, filho do famoso e saudoso Seo Getúlio, crescia e mostrava que a rivalidade poderia parar.

Filho de pescador, jovem, bastante entendido da pesca, cedinho Diego decidiu usar parte do seu pagamento do trabalho no supermercado Angeloni para comprar uma prancha e ir surfar com os amigos.

Para a família não perceber, escondeu a prancha debaixo da cama e, sem ninguém por perto, colocou-a debaixo do braço para ir à praia. No caminho, foi pego de surpresa pelo pai que, além advertir, também quebrou a prancha para evitar que o filho repetisse a façanha.

E, mesmo o ameaçado pelo pai, Diego não se deu por vencido e aceitou a sugestão de um grande amigo na época, comprando uma prancha de bodyboard e deixando-a guardada na casa do amigo.

Passaram-se 5 anos sem que ninguém soubesse que Diego se tornava bom no que fazia, e isso incluía campeonatos competidos com o patrocínio do mercado e da farmácia do bairro, assim como da Federação do Surfe.

E quando o pai teve problemas para concluir uma pescaria no Morro das Pedras, Diego se colocou à disposição para ajudar com a pequena prancha. Seo Getúlio levou 15 minutos pensando e, finalmente, deu permissão.

Hoje, além do Diego ser uma representatividade no Instituto do pai pescador @institutogetuliomanoelinacio , é um dos primeiros a incentivar seu filho a surfar.